Você já ouviu alguém dizer que não existe certo nem errado?

Com ela pretendem nos dizer, por exemplo, que não existe comportamento melhor ou pior, não existe nenhum sistema moral verdadeiro ou correto e que o conceito de bem e mal são projeções impostas a nós por condicionamentos externos. 

No entanto, todos eles – sem exceção – têm suas preferências entre atitudes boas ou ruins. E sem perceber anulam seus próprios discursos, pois se não existe certo nem errado, não há razão para considerar que não há de fato distinção entre uma coisa e outra.

Por esse ponto de vista não haveria nada errado em matar, roubar, usar drogas, trair… 

Porém, basta uma proposta que viole o mais íntimo código de conduta moral desse indivíduo e suas narrativas mais veementes cairão por terra. 

É compreensível a perspectiva de quem usa essa expressão. Ela é uma defesa, como quem diz: “não estou julgando suas ações e escolhas; não vou te dizer que está errado!”

No entanto, deve existir uma forma de respeitar alguém sem anular nossos próprios códigos morais. Não preciso condenar um assassino em lugar da justiça, mas não posso dizer a ele que não está errado só porque julgar não é minha competência!

Aliás, “não julgar” é um conceito bem mal usado. Não se deve julgar pessoas, mas as atitudes. Isentar-se diante de flagrante erro é negligência! 

Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça. João 7:24

O politicamente correto tenta neutralizar os extremos e acaba criando aberrações insustentáveis, que não sobrevivem à realidade fora do discurso bonito de consultório. 

O autor C. S Lewis escreveu:

“(…) eles achavam que algumas ideias sobre o bem (deles mesmos, por exemplo) eram, de alguma forma, preferíveis a outras. Por esse motivo, eles escrevem com indignação, como homens proclamando o que é bom em si mesmo e denunciando o que é mau (…). No entanto, se (…) são igualmente os impulsos que a Natureza condicionou cada um a ter, e ambos não nos dizem nada sobre nenhum certo ou errado objetivos, de onde vem toda veemência?”

Lá no Éden o homem tomou conhecimento do bem e do mal. Não existe mal que seja certo e nem bem que seja errado, existe a nossa incapacidade de distinguir uma coisa da outra, em especial quando estamos tomados por impulsos naturais e desvinculados do criador. 

A melhor forma de lidar com essa incapacidade não é negar o conceito, é admitir a plena fraqueza humana, seja de quem errou, de quem foi o alvo do erro, ou de quem pretende consolar a qualquer dos envolvidos.

Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal. Gênesis 3:22

Toda história tem protagonista e coadjuvante, herói e vilão, começo e fim. Não há nada errado (!!) em haver certo e errado! Não adianta neutralizar a língua, a gramática, os significados por conta da dificuldade de conciliar ideias opostas.

Não viole seus próprios princípios! Uma pessoa esperta pode usar seu argumento e te fazer uma proposta indecente… aí quero ver o que vai fazer para escapar! Não vale dizer que não é certo…

E você, qual seu ponto de vista sobre certo e errado?